quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Passeando no bosque,enquanto o inverno não vem!

   As semanas passaram e eu nem vi.
   Muita coisa acontecendo aqui nesses primeiros dias de outono.
   Sim, o outono chegou e tudo muda. Muito engraçado.
   A primeira mudança que observo não é na natureza, e sim nas pessoas. Mudou a estação, mudamos as roupas. Sim, o vento é mais fresco nos primeiros dias de outono  mas, os bons parisienses, na verdade AS parisienses, mal podem esperar para vestir na nova coleção de outono que elas compraram nas melhores butiques da cidade. Que tédio esse ano, tudo muito marron, preto e suas devidas variações. Também está na moda aquela pele de carneiro crua. E é a volta das capas. Hoje, morri de rir no metro, uma moça vareta com sua mega capa gola de carneiro e um coque, de costas, era um gorro perfeito. Conseguem ver? Prometo um desenho, rapidinho!
   Além do guarda roupa, tem a mudança de atitude. Porque agora o fazer nada nos parques, o pique nique na grama e o café na “terrase” não combina. O bar de vinhos bomba mais. Começou a temporada das grandes exposições de arte e das feiras. Um lugar fechado é mais apropriado. Ainda não fui ver nada, mesmo se já tenho uma lista boa de visitas a fazer.

   Mas voltando ao fim do verão....
   Um final de semana desses, eu quase achei que estava no Brasil. Olhando uns sites no trabalho, me deparo com uma notícia: Lavagem da Madeleine, este domingo, não percam!
   Ok, como assim?
   Tem um músico brasuca que mora por aqui que faz uma lavagem da igreja da Madeleine, baseado na lavagem do senhor do bonfim. Então tá, domingo, vamos. E fui, com o gato, e uns amigos. Chegando no local de saída da tal lavagem, já gostei. Uma senhora vendendo pastel, empadinha de camarão e pão de queijo. Na frente do Palais Royal. Uma cena! 

   
   
   Mais adiante, umas baianas, vestidas de baianas, um grupo de batucada e... um trio elétrico!  Bom,  meus queridos que me conhecem sabem que não é a minha demais essa coisa de música da Bahia, mas... eu bem que gostei! Fui atrás do trio elétrico que nem pipoca, pulei e dancei e me diverti pacas.
   No final, bem na frente da igreja neo clássica com suas colunas de inspiração grega, o padre francês me reza o pai nosso. Em seguida um brasileiro faz o mesmo em português, E ERRA! Que mico! E em seguida, um pai de santo muito gay, faz o mesmo em um dialeto que desconheço. Eu tive direito até uma rosada de água benta na cabeça. E vamo que vamo que quando na chuva, não existe outra opção, tem que molhar.



   Alguns dias depois eu tive mais um gostinho do Brasil. Otávio Campos, vulgo marava, veio para Paris com sua tia Regina, querida, e eu A.D.O.R.E.I.
   Nos primeiros dias deles aqui, como estava trabalhando, só pude vê-los de noite. De cara, o programa já foi fino, fomos no Kong. Um restaurante bem fashion, concebido por Laurent Taïeb e Philippe Starck. Lindo de morrer, bem parisiense fashion.



   Eu amei encontrar com meu querido amigo e tomar um cocktail lindo e jantar bem fina. Morri de rir das garçonetes tristes em seus saltos agulha bem altos e suas caras de dois de paus.
   A comida é boa, mas se vocês desejam dar um pulinho no Kong e curtir a vista e o lugar, eu recomendo ir  AO BAR; Tomar um bom cocktail, com os amigos, e ir jantar em uma brasserie  nas redondezas.
O Kong fica na beira da Pont Neuf, metrô Pont Neuf.
http://www.kong.fr/



   No dia seguinte foi isso que fizemos, fomos dar uma volta e jantar em um restaurante simples e delícia da capital, com um precinho bacana. Chama Le Gai Moulin, pertinho do Pompidou. O bom desse lugar é que ele serve o jantar até tarde, coisa que não é regra em todos os restaurantes da capital. Fica a dica

   Meu amigo querido partiu para a Itália e uma outra queridona chegou, Isabela. Como ela estava  com a agenda cheia, consegui encontrar com ela depois do trabalho um dia, no almoço em outro e assim matei um pouco as saudades dos nossos papos.  No domingo que ela ia embora, fomos almoçar em uma rua cheia de restaurantes, bem atrás do Chatelet e do Halles.
Chama rua Montorgueil. Tem um tanto de bar, restaurante, padaria, confeitaria, uma diversão.
Vale a pena.

   E teve a Nuit Blanche. Ai que bom!
   A Nuit Blanche é um grande evento de arte contemporânea que acontece em Paris uma vez por ano, no primeiro final de semana de outubro.
   Várias obras de arte contemporânes, em geral, de grande, GRANDE MESMO, formato e muitas vezes iluminadas são instaladas em lugares insólitos da cidade por uma noite. O s visitantes tem acesso a obra somente naquela noite de sábado, entre 19h e 7h. Tem um percurso organizado e o metrô funciona a madrugada toda. Feito para passar a noite em branco, como o nome diz, vendo arte, lugares e pessoas.
   Este ano, eu passei a seleção para trabalhar com a mediação cultural do evento.
   Tivemos vários encontros e treinamentos. Eu trabalhei no jardim do museu Galiera, o museu da moda. O artista que expôs lá foi win evans. Um grande lustre murano que piscava em código morse um texto de Geosge Bataille. Medição bem complicada, mas delicosa. Adorei o trabalho. Fiquei toda feliz que eles me colocaram de “mediadora” referência do lugar. Adorei.



   Depois, quando meu trabalho acabou, as 2 da manhã, fui visitar algumas obras e cheguei em casa depois das cinco da matina. Uma noite bem em branco mesmo.


   E depois teve o retorno de Otávio e eu passei mais dois dias como turista, claro, quando não estava no trabalho. Nós dançamos na rua, tomamos uma cerveja no café da Amelie Poulin, andamos pra cima e para baixo. Adoro, me diverti muito, mas fiquei exausta... porque essa vida de turista cansa, custa caro e quando ainda tem o trabalho, a casa e o resto todo para fazer...UFA!





   O trabalho no teatro está legal. Um entra e sai de gente, críticas boas, ruins, atores estrelas, colegas legais, parisienses: de um tudo. De vez em quando rola um convite de graça para um outro teatro e esses dias fui ver o espetáculo STOMP; Adorei, uma super energia, um som legal, saí de lá bem contente.

   Comprei uma câmera nova, com umas objetivas legais e pretendo tirar muitas fotos daqui pra frente. E estou querendo colocar uns desenhos neste blog também. Acho que vou começar com a mulher gorro que eu vi hoje, risos.

   No mais, as mudanças do outono começaram a afetar a natureza. O fim de semana que passou foi o último dia de pseudo calor que tivemos.  Agora a temperatura caiu mesmo; já tirei os casacos do armário e as botas também.
   Eu e o gato fomos fazer um pique nique no Chateau de Vincennes, do lado da minha casa e depois fomos passear no bosque, enquanto o inverno não vem!


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