quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Saudades do sol



Não é uma saudade do astro rei, que determina a hora em que começa o dia e a hora em que ele termina. Saudades mesmo é do sol que “ torra”, que arde, que queima a pele do branquinho desavisado.
Saudades de suar parado, de sentir tanto calor que dá preguiça de mover um só músculo.
Saudades mesmo!
Vocês não param de reclamar do calor e do verão... Eu aproveitaria, melhor que o frio contínuo por 4 (ou 5) meses!

Agora que já coloquei em verbo esse desejo solar que me persegue, vamos partir para outra coisa.

O mês de janeiro acabou sendo bem divertido. Com uns amigos brasileiros novos na área, eu ando mais animada para a bagunça. Não sei porque, a DisneyParis me deu uma carteirinha grátis por um ano. Algo que me inscrevi na internet. Acho que eles pensaram que eu tinha uma grande família e que, se me dessem a minha entrada de graça, eu pagaria pro resto. Bom, sendo assim, como uma galera estava animada a ir e eu vou de graça, fui! E foi uma delícia. A gente tem que ir pra esses lugares com gente bem animada que, aí, você vira criança outra vez. Um frio que dava medo, uma ventania. As crianças empacotadas e os pais correndo atrás.




Agora, o melhor dessas últimas semanas foi o pré carnaval. Eu fiz uma ilustração pra uma revista brasileira que circula em Paris. E é uma amiga minha que trabalha na revista. Ela conseguiu umas entradas grátis para ir no tal pré carnaval. E fomos nós, em bando pro tal samba. Foi OTEMO. Tinha até puxador de samba da mangueira. Samba mesmo, nada de pagode. E nem o frio atrapalhou. Me joguei na pixta até as 5 da manhã, quando o Max teve overdose de dança e quiz ir embora. E nada como um inverno longo pra gente, que nem gosta tanto de carnaval, virar fanático de carteirinha. Sambista desde pequena mesmo. Super legal o lugar, chama Cabaret Sauvage. Fica a dica, quando vierem a Paris, verifiquem a programação.






No final de seman passado, fomos em um dos melhores programas de domingo de Paris (essa dica é boa, anotem nos guias de viagem de vocês) 











O Baron Rouge. Um bar à vin no meio da bagunça de uma das feiras de rua mais populares da cidade. 











Muito vinho, muito queijo, frios e todo mundo na rua com copo na mão. Maior delícia. Nós improvisamos uma mesa, com uma caixa de feirante, e bebemos bastante! E rimos, e foi muito bom.












Senão, o ano  novo chinês chegou. Paris é uma cidade que tem uma grande população chinesa e vários eventos marcaram a entrada do ano do coelho. O mais engraçado e polêmico foi o desfile da PETA, contra o uso da pele de coelho. Todas as coelhinhas pouco vestidas desfilando pela cidade.Eu só vi fotos disso.

Fui conferir o desfile do bairro 13, onde vou sempre nos restaurantes asiáticos bom preço (outra dica, metrô olympiades, muitos restaurantes com preços bem camaradas) O desfile em si, foi bonito mas passou rápido. Um comerciante montou, na frente da sua loja, um tipo de corta de estalinhos (sabe aqueles de festa junina que tem um cheiro forte de pólvora) então, mas com um nível mais punk de pólvora. Quase morri sufocada com a fumaça e o cheiro da tal coisa. Tirei umas fotos legais e acabei indo com duas amigas para o parque mais próximo, tomar un vinho local sob o sol. Porque esse dia quase deu para fazer fotosíntese de tarde.





E acho que vou ficar com o ano novo chinês agora no meu calendário porque estou curtindo as vibrações desde então. Tirei umas notas corretas no mestrado, meu calendário agora é muito mais tranquilo, não vou mais ter aula com o psicopata que tinha o semestre passado (nunca mencionei o tal sujeito antes porque me dá pânico só de gastar pensamento com ele – e nada de nomes)

Além disso, eu tomei umas decisões práticas necessárias ao meu bom funcionamento... Meu contrato no teatro termina em março e, como eles não conseguiam decidir se eu ficava até maio, não, até junho, não, julho... aliás, maio. Eu decidi que fim de março está lindo e vamos fazer coutra coisa pessoal! Vou ficar em casa escrevendo meu trabalho final de mestrado e já arrumei uma outra coisa para fazer no verão.

Ai delícia essa palavra, VERÃO!

Verão e veremos o que vai acontecer. Não ando esquentando muito a cabeça não. Aliás, ando mansa até demais. Foi bom eu ter tomado essa decisão porque aí a gente coloca as possibilidades em perspectiva. E eu amo as possibilidades, elas são tantas... O que não dá é para fazer é se acomodar!

Eu até voltei a pintar, porque meu eu artista estava hibernando, mas acordou, e ainda bem porque estava fazendo falta. E isso porque o inverno ainda nem acabou, imagina só quando começar a fazer calor, foi ficar na pilha!

Amanhã vou fazer minha pausa invernal da França. Todo mês de fevereiro, eu faço uma viagem, em direção ao sul, para ter uma ilusão de que o inverno acabou. Para mudar de ares, de Paris, dos parisienses mais. Então, eu e chéri vamos para a cidade eterna...Roma! Comer pizza al taglio, ver as fontes de Bernini e visitar o Bento.
Conto tudinho no próximo post.

Beijos, além do sol,  saudades de vocês também!